sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Amigo Branco, de outra ótica, uma visão do mesmo preconceito




A nova leva do rap nacional vem cada vez mais mostrando sua cara e potência, eu que aprendi a ser um grande apreciador do estilo musical tenho acompanhado muitos novos artistas fantásticos. Quem me chamou atenção recentemente foi o carioca Thiago Elniño. Com seu novo single Amigo Branco ele faz uma crítica ao preconceito sofrido pelo negro no Brasil, com rimas pouco ponderadas e um clipe fantástico ele nos leva ao cotidiano de quem é cercado pela discriminação.




 Bom, esse vídeo me fez pensar e então escrevi uma análise sobre o que é visto na tela, vamos ao que interessa.


    De forma inteligente o clipe mostra a cara do preconceito no Brasil. Com uma inversão de papéis o vídeo apresenta um personagem branco no dia a dia negro, mostrando o preconceito sofrido diariamente.
  
    Partindo dessa ótica não é difícil enxergar que o tratamento é diferente, numa entrevista de emprego por exemplo quem seria o escolhido? Um negro e um branco com o mesmo curriculum teriam as mesmas chances? Claro que não, o negro está em desvantagem "não se encaixa ao padrão, da revista e televisão, que é o que a mídia credencia" a cor da pele manda aqui. Compare a quantidade de brancos em cargos elevados com a quantidade de negros nos mais baixos serviços. A mídia é bem mostrada no vídeo e fica claro o preconceito, num catálogo de um famoso reality show os participantes são em grande maioria brancos, representados por rostos negros na troca dos papéis, numa banca de jornais negros estampam revistas variadas e em um jornal a manchete é "Jovem branco aparentando 17 anos é suspeito de homicídio" o que nos diz o quanto o negro é associado a violência e ao crime. Essa associação é algo palpável e tão comum que chega a ser cultural, ver um "pretinho" cercado de seguranças numa loja ou pessoas trocando de lado na rua quando um preto vem vindo são só exemplos pequenos, pois a coisa pode piorar muito, quantos casos já não vimos de negros inocentes sendo presos ou mortos apenas por estarem próximos ao local de um crime ou por serem confundidos, aos olhos da sociedade um neguinho do alto da favela é sempre um suspeito. No clipe temos o personagem é flagrado conversando com a filha de um homem negro que fica furioso e deixa claro que eles não poderiam estar juntos, pois tinham a cor da pele diferente, horas depois o personagem branco é morto.
 
    "E ai tranquilo? vamos falar de cotas, quantos pretos existiam na sua sala na escola?" . Essa falta de oportunidade tratada na letra da música talvez seja o ponto que gera muitos dos problemas em cima dessa questão, a favela é conhecida pelo crime, mas seria igual se desde cedo existissem opções? É só comparar a quantidade de negros e brancos numa escola pública, numa escola particular essa diferença fica ainda maior. Como é dito pelo ator Pedro Cardoso "não da pra dizer que eu com essa história branquinha parto do mesmo lugar que um menino que nasce na favela vindo com essa história de escravidão que tem no Brasil, não da pra dizer que minhas filhas e ele tão tendo a mesma oportunidade na vida, esse cara tem 350 anos de discriminação de opressão de ofensa", não da pra comparar as chances de quem é considerado inferior desde que chegou ao Brasil, essa herança preconceituosa é algo carregado até hoje, a imagem do negro é uma imagem que não agrada a elite, que não é vendida como algo bom. Por todo lado somos tocados por esse preconceito, pra ver como é grande a diferença é só abrir os olhos e perceber o que acontece ao redor, vivemos atualmente numa sociedade que de várias formas ainda pensa como a 300 anos atrás. "500 anos de Brasil e o Brasil aqui nada mudou".

 #xitão leia, pesquise, pense!
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