quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Jack! Uma metáfora sobre a vida


  Desde o dia em que eu li a notícia da morte do Robin Williams, eu decidi que veria todos os filmes dele que marcaram minha infância. Aliás, qual infância o cara não marcou né? Como eu amava Hook: A Volta do Capitão Gancho.

  Assim eu comecei uma maratona mensal de filmes, e nessa última semana me lembrei de um longa pouco conhecido que eu assisti algumas vezes no SBT. Jack é um filme do senhor Williams, lançado em 1996 e acredite ou não foi dirigido por ninguém menos que Francis Ford Coppola.

  A história do filme acompanha a vida de um garoto, Jack, que envelhece 4 vezes mais rápido que as pessoas normais, então, com 10 anos de idade o menino já tinha aparência de um quarentão. Esse é um típico filme do tio Williams, despretensioso a primeira vista, mas que trás consigo uma mensagem muito forte, a vida é curta pra todo mundo. Jack é cercado por um ambiente controlado, cheio de carinho e proteção, fornecidos por sua adorável mãe, que pra mim é um personagem fantástico, é muito bonito ver a interação dos dois e como apesar de um grande problema ela sabe passar por tudo isso.

  As coisas mudam quando os pais de Jack percebem que ele precisa viver no mundo de verdade e estudar junto com outras crianças. No começo as coisas são difíceis, as crianças tem um enorme receio de chegar perto daquele gigante, mas as coisas acabam dando certo, Jack se rodeia de amigos e aprende a curtir os seus dias. Eu não quero me prender muito ao roteiro do filme, a história é bacana e eu recomendo que você assista ao filme, mas o que eu quero me atentar aqui, é a mensagem sobre a vida que esse filme tem. Jack por envelhecer tão rápido começa a nos mostrar o quanto a vida é frágil e o quanto precisamos nos apegar e não deixar que ela passe. Por ser um adulto no corpo de uma crianças ele nos passa a impressão de que, quando deixamos a infância pra trás, deixamos também grande parte do que nos torna felizes, deixamos por lá o olhar de encanto pelas coisas novas que encontramos, a curiosidade de encontrar coisas novas.

  A vida de Jack é como a de uma borboleta, ela passa seus dias como uma lagarta e quando enfim ela se torna linda e pode voar, as coisas passam rápido demais e ela se vai. Depois de passar por uma grande tensão, os problemas do garoto se agravam e sua saúde se torna debilitada, deixando ele preso em casa novamente e o deprimindo por perceber o quanto é impotente perante ao tempo, muitas vezes na vida nós nos sentidos desanimados e tristes, pensando no que fazer ou nas coisas que não deram certo, se preocupando tanto com o amanhã que nos esquecemos do hoje. Jack não sabe o que vai ser quando crescer, na verdade, ele só queria ser jovem, nós nunca saberemos o que ser quando crescer, porque afinal, quando é que se está crescido?

  Esse filme me passou uma ideia muito interessante sobre a vida, ele me disse que é mais importante passar por ela como uma estrela cadente. Uma estrela cadente dura no céu uma fração de segundos, mas sua beleza se distingue de uma estrela normal, que está sempre lá parada, sem se movimentar. Ser uma estrela cadente é viver cada dia como uma nova experiência, e não deixar que o medo do amanhã e o arrependimento de ontem atrapalhem na caminhada.

  E fica aqui, meu sincero obrigado ao Robin Williams, por sempre nos presentear com filmes simples mas extremamente profundos e amadurecedores.
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