Mais um aniversário. Mais um ano que se passou numa velocidade assustadora e preocupante. Já ouvi risadas por ter crises de identidade aos vinte anos, já ouvi de pessoas que viveram duas vezes mais do que eu, que não passava de imaturidade. O que seria maturidade?
Uma vez ouvi dizer da boca de um tal de Pedro Bial (pois é) que é normal não saber o que fazer da vida aos vinte anos de idade tanto quanto aos quarenta. As vezes isso me assusta um pouco, caralho mano, ter quarenta anos e ainda sentir tantos vazios e inseguranças, tantas falhas e preocupações mundanas, tanto receio do que pode ou não ser bom, aqueles arrependimentos secretos e que mascaramos de vivência.
A cada quinze de março eu me pergunto mais e mais, como faço? pra onde vou? e o que não deu certo, vai ou deixa? Cada vez eu me decepciono mais com as respostas. É complicado.
Viver é uma arte, uma confusão de cores e sensações que não da pra descrever em palavras, é como uma estranha e inominável cor que veio do espaço, simples, porém incógnita ao entendimento humano. Somos muito precoces e muito pequenos perante ao ar que sopra a porra toda, passa tudo rápido demais pra se ater a escolhas e decisões, arrependimentos e decepções. Acho mais fácil viver com o botão do volume quebrado, quando as coisas vão bem, o botão está sempre no volume máximo, tudo é uma maravilha, curto tudo e todos, mas quando o volume abaixa ele cai direto pro zero, e ai complica até pra levantar da cama, todo mundo tem dessas manias, eu acho.
Parece que dizem por aí que com as anos a gente vai ficando mais sábio e responsável, parece que eu esqueci de entender que isso só acontece depois dos quarenta, ou não, aliás, ser imaturo e não pensar muito pra se jogar de cabeça naqueles projetos, ideias, vontades e paixões, é muito mais divertido. E o que seria do ser humano sem uma pitada de sorrisos e realizações? Já somos pequenos e perecíveis demais, não da pra deixar o tempo passar, apesar dele passar pilotado pelo Senna sem que você perceba que seu piloto já se foi a mais de vinte anos..
Claro, um puta abraço forte pros amigos que lembraram e fizeram dessa data algo diferente pra mim, que fizeram o desanimo e a crise da pouca idade fugirem da minha cabeça nesse dia. Amo todos vocês e toda essa bagunça que fazemos vivendo.
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