segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Será que eu amadureci?




  Ultimamente venho me perguntando de forma recorrente, será que eu amadureci?

  Será que se eu fosse uma pessoa diferente eu confiaria na pessoa em que eu acabei me tornando. 

  Será que eu posso agora me chamar de adulto?
Eu não acho sinceramente que uma pessoa madura deva ser necessariamente uma pessoa mais velha, nem mesmo uma pessoa sábia. Sabedoria, responsabilidade, compromisso, confiabilidade, entre tantas, são adjetivos normalmente ligados a maturidade.

  Venho pensando muito sobre isso e já tem um bom tempo que tento escrever a respeito mas não me senti confortável, até mesmo agora eu ainda acho que falta um planejamento. Mas não é isso que importa, nem isso que eu quero dizer. Eu quero dizer que sim, eu confiaria na pessoa que eu me tornei, hoje sim. Com o tempo passando, eu envelhecendo, querendo ou não, entrando no mundo adulto, aquele mundo que a gente sonha quando é criança mas quando chega lá descobre que era uma vã ilusão e que tudo aqui é uma merda, responsabilidade é o maior peso que uma pessoa pode suportar. A pressão de fazer tudo certo, a falta de garantia pro futuro a cobrança de uma sociedade feita pra reduzir os sonhos da infância e destruir os devaneios da adolescência, isso tudo te deixa cada dia mais desiludido da vida, mais cansado e sem vontade de tentar, principalmente nos primeiros meses da tal fase adulta.
  
  Mas pra falar a verdade, é convivendo com essas situações que você cresce como pessoa, claro, se você não se corromper no meio do caminho e se desviar de suas aspirações. É comum que isso aconteça, é possível que o criador dos carros voadores tenha se perdido e agora trabalha em algum fast food por aí. É muita coisa pra uma mente tão virgem. A vida é um Nardoni e você é só uma criança. No processo de formação de um jovem adulto, ou você caí perante o desânimo ou segue se transmutando em uma pessoa ciente do que quer e do que deve fazer pra chegar lá. Acho que posso me considerar maduro se comparar aos meus 18 anos de idade, acho que posso considerar que agora eu sei discernir bem o que é certo pra mim e o que não é, onde devo por os meus pés, com o que me importar e quais brigas comprar, quais atitudes evitar e por aí vai.

 Pra mim, dois pontos importantes marcaram essa transição. Primeiramente eu consegui me soltar das amarras que me prendiam a um emprego, com salário fixo, estabilidade financeira, facilidade no desenvolvimento e onde não haviam mais possibilidade de crescimento, já estava lá a tanto tempo que o marasmo me impedia de realizar algo que me agradasse de verdade, mas não culpo essa situação, na verdade eu agradeço, pois foi lá que eu acabei descobrindo o que eu quero fazer da vida, o que afinal é uma das coisas mais difíceis de crescer. Enfim o que importa é que eu deixei esse emprego tranquilo e relaxado para pular de cabeça no meu próprio empreendimento, e venho descobrindo que essa viajem cobra muito mais um ser responsável e comprometido, que sabe por onde olhar e o que absorver de bom em cada situação. Acho que lidar com meu mês sem a garantia de dinheiro me torna cada dia mais interessado em crescer, em aprender a viver e enfrentar os obstáculos, não somente fugir deles ou esconder na lancheira do X-Men. O outro ponto que me faz acreditar no meu amadurecimento é o fato de não suportar mais atitudes que marcam a adolescência, como achar que nada pode ser feito simplesmente por que alguém quis e ficar nutrindo problemas e confusões com isso, ou não levar desaforo pra casa, querer estar sempre certo ou não desistir e comprar briga mesmo sabendo ou achando que está certo. Certas coisas não compensam minha preocupação, certas situações não garantem a sobrevida dos meus sonhos, nem o meu sono a noite, certos problemas não servem pra por na cabeça. O que me entristece é ver esse tipo de atitude em pessoas próximas.

  Eu espero que um dia eu possa olhar pra trás, respirar fundo e saber que nada do que eu fiz nesses tempos mais maduros tenha sido em vão e que cada passo dado, sendo ele certo ou não tenha contribuído para construção de cada sonho vivido durante esses anos todos. Espero num futuro próximo não ver mais aquele inventor do carro voador desperdiçado em um garoto de vinte e um anos que perde todo seu tempo dentro de casa, por achar que trabalho e responsabilidade vão tirar dele a chance de viver a vida de verdade. Certa vez eu vi um grande empresário dizer que as pessoas deixam de lado o 100x que poderiam viver de suas vidas se tivessem se esforçado enquanto há tempo, pra viver os 10x que aquele momento oferece, mas vivem os 10x pra sempre, não estou dizendo que a vida deve ser 100% trabalho e que a empolgação dos vinte e poucos anos deva ser reprimida, nada disso a vida deve ser aproveitada de ambos os lados, mas use e abuse de sua fase mais ativa, mais criativa, mais disposta a realizar coisas novas, use isso agora, enquanto o frescor da vida adulta ainda venta pelo caminho, não espere que seus joelhos comecem a doer pra perceber isso.


  Bom, eu acho que fiz meu ponto de vista valer, espero continuar crescendo como pessoa, assim como espero que a sociedade cresça juntamente comigo. Um beijo crianças.
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